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Eu sei o que sinto, e apenas isso
O que é o amor, a paixão?
Não me pergunte, não sei dizer se era força, se era loucura,
Apenas existiu.
Tento traduzir tudo,
A palavra, a voz, a atitude, o corpo, a pele, o silêncio, o cheiro.
Você um dia aprende a domar quase tudo e a se domar,
Percebe que é necessário aprender a agir consigo mesmo,
Mas eu sou intensa,
Tão grande que às vezes mal cabe em mim, e por fim me divido em dois.
Eu preciso falar, preciso,
Deixe-me dizer coisas que podem ou não fazer sentido.
Talvez isso se misture entre um verso e outro,
Confuso, entre linhas e parágrafos,
Mas continuo falando.
Se eu amo, é com tudo de mim,
É com o que sou e tudo que eu poderia sentir e querer alguém,
Pois muitas vezes, simplesmente só se quer, e não se tem.
Na verdade não digo nada,
As vezes o silêncio é companheiro,
Podendo ser a expressão mais sincera do falar.
E quem pode comunicar mais nesse momento,
Os olhos ou a boca?
Os olhos trabalham quando a boca ainda não sabe traduzir o que se sente,
E a boca funciona quando os olhos souberam captar a sintonia,
Codificar o que estava gritando por dentro.
Então nesse momento vou me calar,
Pois o significado de tudo isso pode estar perdido,
Guardado em algum lugar,
Onde só se encontra o caminho se o medo não existir, a mágoa ser largada e deixar a luz entrar,
Então que entre,
Mas que seja de verdade,
Que seja tão pura e clara,
Enfim, apenas seja!
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Linhas sem nome, sem apelido e sem endereço... melhor assim...
Palavras e pensamentos tirados de uma conversa noturna, compartilhando experiências, filosofias e novidades. É assim que se constrói palavras e versos simples, mas com sentimento, e tão intenso quanto quem os criou!
E assim vai sendo... E você sabe quem é! Obrigada pela companhia e inspiração!
Só para finalizar com estilo deixo algo de Fernando Pessoa que a tal pessoa (???) me passou!hahaha
OBS: ADOREI, e o início foi feito para mim!!!! Obrigada por mostrar essa obra!!!! Mas colocarei apenas alguns pedacinhos, se quiser ler o resto, PROCURE, tenho certeza que não irá se arrepender.
Fernando Pessoa - Afinal
Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.
Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais personalidade eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento,
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora.
Mais análogo serei a Deus, seja ele quem for,
Porque, seja ele quem for, com certeza que é Tudo,
E fora d'Ele há só Ele, e Tudo para Ele é pouco.
...
Sou um monte confuso de forças cheias de infinito
Tendendo em todas as direções para todos os lados do espaço,
A Vida, essa coisa enorme, é que prende tudo e tudo une
E faz com que todas as forças que raivam dentro de mim
Não passem de mim, nem quebrem meu ser, não partam meu corpo,
Não me arremessem, como uma bomba de Espírito que estoira
Em sangue e carne e alma espiritualizados para entre as estrelas,
Para além dos sóis de outros sistemas e dos astros remotos.
...
Sou uma grande máquina movida por grandes correias
De que só vejo a parte que pega nos meus tambores,
O resto vai para além dos astros, passa para além dos sóis,
E nunca parece chegar ao tambor donde parte ...
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